Aula 5 – Modernidade e filosofia da educação

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A ideia de modernidade e o Iluminismo

 

 

 

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Contexto histórico

  • Noções como ruptura, inovação, progresso definem a modernidade.
  • Esta é buscada a partir do século XVII, marcando uma ruptura, em termos de pensamento, com a filosofia medieval.
  • No lugar da tradição, da imobilidade e do coletivo, valorizam-se o novo, a mudança e o indivíduo.
  • Daí, uma nova forma de humanismo e a retomada dos clássicos, num primeiro momento.

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Renascimento e filosofia

  • No mesmo ambiente cultural e político em que surge a filosofia de Sócrates, desenvolve-se então o pensamento dos chamados sofistas.
  • Esses pensadores, entre os quais Protágoras (481 a.C.-420 a.C.), percorriam o mundo antigo ensinando o logos.
  • Filósofos e educadores, são também considerados precursores dos advogados e, muitas vezes, cobravam por seu ensinamentos e serviços.
  • Desse modo, buscavam aperfeiçoar seus discípulos na arte da argumentação, na retórica, usada para discutir questões humanas; afastam-se dos pré-socráticos, mas diferem também de Sócrates.

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Renascimento e filosofia

  • O início do pensamento moderno está na Renascença, quando Protágoras (“O homem é a medida de todas as coisas”) e lido junto com outros autores da filosofia antiga, sob prisma humanista.
  • Da mesma maneira que a arte de então (que mesclava elementos grego-romanos com cristãos), o pensamento tende ao ecletismo, no entanto possui também rupturas.
  • nteresses humanista explicam a reflexão sobre a política (O príncipe, é de 1532), bem como a retomada dos estóicos e epicuristas por Montaigne, da qual deriva o ceticismo que marca o autor e o momento.

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Reforma protestante

  • Reforma protestante
  • Um impulso importante dado pela Reforma (1517: teses de Lutero), num primeiro momento, é a “defesa da liberdade individual e de consciência como lugar da certeza, sendo o indivíduo capaz pela sua luz natural de chegar à verdade (em questões religiosas) e contestar a autoridade institucional e o saber tradicional, posições que se generalizarão além do campo religioso” (Marcondes, 2001, p. 148).
  • Vale observar o paralelo entre a defesa da leitura da Bíblia e a introdução da imprensa.

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Revolução científica

  • Valorizando a matemática pitagórica e a ênfase nessa ciência por Platão, os pensadores do Renascimento desenvolvem a chamada revolução científica.
  • Esta conjungou uma valorização do elemento sensível, empírico da filosofia de Aristóteles com uma crítica à cosmologia deste autor e ao enrijecimento da interpretação aristotélica na Idade Média.
  • Desse modo, a ciência se torna muito mais ativa, do que contemplativa, e desenvolve-se o método experimental. Daí, o empirismo de Bacon (1561-1626), p.ex.

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Descartes e a tradição empírica

  • Ao tentar constituir um pensamento que se fundamente na razão, Descartes (1596-1650) elabora um método que valoriza a dúvida sistemática.
  • Por isso, ele é considerado ao pensador moderno por excelência, da tradição racionalista.
  • Outro caminho (mais ou menos complementar) para fundamentar o conhecimento é seguido pelos empiristas (filósofos principalmente de língua inglesa), que tentam fundamentar o conhecimento na experiência, fortalecendo a relação entre saber e técnica (saber instrumental).

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Liberalismo Político

  • Tanto a tradição racionalista inaugurada por Descartes, quanto ao empirismo encontra correspondência ou desdobramento na filosofia política do liberalismo, que prepara a Ilustração.
  • “A valorização da livre iniciativa e da liberdade individual no campo da política e da economia equivale no campo do conhecimento à valorização da experiência individual, tanto intelectual (racionalismo) quanto sensível (empirismo)” (Marcondes, 2001, p. 196).

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Liberalismo, Rousseau e o Iluminismo

  • A obra de Rousseau (1712-78) pertence a esse ambiente que forja o pensamento liberal econômico e político, e estabelece diálogo com autores como Locke e Hobbes (teoria do contrato social).
  • A Ilustração não é vista como uma reflexão filosófica unitária, mas um movimento cultural amplo, que caracteriza a Europa na segunda metade do século XVIII.
  • Ela aprofunda aspectos individualistas, racionalistas presentes no pensamento moderno, defendendo o conhecimento como meio de progresso da humanidade e libertação humana.

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Kant e o Racionalismo crítico

  • O chamado racionalismo crítico desenvolvido pelo filósofo Immanuel Kant (1724-1804) vai, em termos de sistema filosófico, ser o auge da Ilustração, marcando uma inflexão na história da filosofia.
  • Em linhas gerais, ele realiza uma “revolução copernicana” na teoria do conhecimento, propondo que “não é o sujeito que se orienta pelo objeto (o real), como quis a tradição, mas o objeto que é determinado pelo sujeito” (Marcondes, 2001, p. 209).

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Educação

    • Em termos da educação, o Iluminismo destaca pontos como:
    1. Caráter laico, função do Estado e universal (obrigatoriedade);
    2. Potencial emancipatório (por desenvolver a razão);
    3. Nacionalismo e ensino nas línguas vernáculas;
    4. Orientação prática e científica.
    5. Continuidade teórico-prática, numa reflexão diretamente pedagógica, na obra de Pestalozzi (1746-1827) e Herbart (1776-1841).

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Crítica

    • Apesar de sua importância (e com os aportes de Rousseau e Kant) a educação derivada do Iluminismo recebe a crítica de que:
    • “O iluminismo educacional representou o fundamento da pedagogia burguesa, que até hoje insiste predominantemente na transmissão de conteúdos e na formação social individualista. A burguesia percebeu a necessidade de oferecer instrução, mínima, para a massa trabalhadora. Por isso, a educação se dirigiu para a formação do cidadão disciplinado” (Gadotti, 1999, p. 90).

Ref

Referências

Gadotti, Moacir. (1999) História das ideias pedagógicas. São Paulo, Ática. Disponível em link.

MARCONDES, Danilo. (2001) Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 6a ed. Disponível em link.